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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Da alegria de voltar a ser criança

Fazia dias que passava na banca e via aquela graphic novel da Turma da Mônica. Só que larguei os quadrinhos tem um tempo. Alguns diriam que amadureci. Eu diria que só um pouquinho. Na verdade, tive que mudar o foco para cuidar dos meus problemas de gente grande, visto que tem apenas dois anos e meio desde que mudei para o Rio de Janeiro e as contas não param.

De todo modo, Turma da Mônica. Tinha décadas que eu não lia nada dos personagens, que me acompanharam por boa parte da minha infância. Se hoje sou um devorador de livros e escrevo sem parar, posso dizer que as crias do Maurício estiveram no início de tudo. Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali são uma das razões porque gosto de ler junto com Pedrinho, Emília, Narizinho, Tia Nastácia, Dona Benta, a Cuca e o Saci.

 Por todos esses motivos demorei a tomar a decisão de adquirir a graphic novel. Era o peso das memórias de infância pedindo para não serem maculadas com uma visão estilizada de tempos mais inocentes. Admito, tive receios. Mas a curiosidade matou o gato e eu estava disposto a seguir pelo mesmo caminho. Simplesmente precisava saber o que havia sido feito com aqueles personagens tão queridos.

 Comprei o gibi. E não importa o nome que queiram dar para a publicação, gibi da Turma da Mônica vai ser sempre gibi da Turma da Mônica. Para minha alegria, foi exatamente isso o que encontrei. Uma história muito bem elaborada e contada de maneira singela, que me fez lembrar de manhãs distantes e sentimentos inocentes. Mais do que isso: encontrei uma obra de arte e uma ode à amizade.

A saga do sumiço do Floquinho é o ponto de partida da história, que faz homenagens a várias passagens da turma da rua do Limoeiro e conta com participações especiais de outros personagens do universo criado pelo Maurício. Tudo muito bem escrito e com desenhos que brilham por si próprios. Os autores foram muito habilidosos ao tratarem os personagens e apresentam respostas divertidas para enigmas antigos, como o motivo de praticamente só o Cebolinha aparecer de sapatos nas revistas antigas.


Já tinha lido os especiais do Astronauta, por Danilo Beyruth, e Chico Bento, por Gustavo Duarte, ambos extraordinários. O meu favorito continua sendo Pavor Espaciar, mas fico feliz de ver a Turma da Mônica tão bem retratada por Vitor e Lu Cafaggi. Ao final da leitura, fiquei imaginando que belo filme esse roteiro daria. Parabéns aos autores pela sensibilidade e expressividade!