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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

As várias gerações de X-Men

Aviso logo. Este vai ser um post longo. Culpem os milhares de mutantes que se reproduziram mais rápido do que coelhos nos últimos 50 anos. Pois é, nem parece, mas os X-Men já ultrapassaram as cinco décadas de existência desde que o Professor X reuniu cinco jovens extraordinários para impedir o Magneto de lançar bombas atômicas contra os pobres e ignorantes homo sapiens. Então aqui vai minha retrospectiva pessoal sobre os mutantes.



Lembro do primeiro gibi dos X-Men que comprei. Na época, tinha 10 anos e havia recém-descoberto as revistas de super-heróis. Na capa, Vampira, Cristal, Psylocke e Longshot apareciam em destaque. A chamada indicava que aqueles eram os novos X-Men. A história não apresentava nenhum dos rostos mais conhecidos da equipe, como Wolverine, Tempestade ou Noturno. Mesmo assim, a aventura daquele quarteto improvável contra o Fanático me cativou. 



Comecei a comprar o gibi regularmente e correr atrás de material mais antigo. Visitas a sebos tornaram-se rotina. E certamente pirei quando descobri a fase Claremont & Byrne. A saga da Fênix Negra permanece até hoje como uma das melhores histórias de super-heróis que tive oportunidade de ler. Foi ali que me apaixonei pelos X-Men e todo o melodrama que acompanha esses personagens. 



É legal lembrar que, naquela época, os X-Men ainda não eram a galinha dos ovos de ouro da Marvel (embora as franquias já começassem a crescer com o surgimento de títulos como Novos Mutantes, X-Factor e Excalibur). Muito pelo contrário. Os X-Men eram realmente tratados como vira-latas ou marginais pelo restante do universo Marvel. Que o diga o confronto clássico contra os Vingadores publicado em terras tupiniquins numa revista justamente intitulada Épicos Marvel.



No entanto, a expansão das fileiras mutantes ainda ocorria de maneira tímida. Para se ter noção, uma revista exclusiva com aventuras solo do Wolverine parecia uma ideia fadada ao fracasso. Os escritores não viam como trabalhar o personagem fora dos X-Men ou de edições especiais e mini-séries. Mas a popularidade do grupo mutante só fazia crescer. E o nanico mais enfezado da Marvel não demorou a conquistar seu lugar primeiramente na distante Madripor, do sudeste asiático, na fase australiana dos X-Men. 

A popularidade levou astros como Jim Lee a assumirem os desenhos da série principal e novos gibis de mutantes começaram a pipocar nos anos 90. Os X-Men dividiram-se em duas equipes, dourada e azul, cada uma com sua respectiva revista. Os Novos Mutantes graduaram-se e viraram a X-Force. A Geração X surgiu para ocupar o vácuo deixado pela saída dos antigos estudantes da Escola para Jovens Superdotados do Professor Xavier. Cable ganhou série própria assim como o Deadpool.



As fileiras mutantes começavam a inchar e personagens novos apareciam a cada esquina. Alguns, viraram favoritos de público, como o ladrão sedutor Gambit. Outros, não acrescentaram nada ao mito e logo foram esquecidos (Alguém lembra do Adam-X?). E tem aqueles que sem querer transformaram-se em notas de rodapé cult, vide Larval e Medula. Uma pequena lista dos mutantes com os quais os anos 90 nos brindaram: Gambit, Bishop, Cable, Câmara, Escalpo, Sincro, Derme, Blink, Jubileu, Suplício, Mondo, Feral, Shatterstar, Domino, Dra. Cecília Reyes, Larval, Medula, Revanche, Joseph...

Inevitavelmente, isso causou um certo cansaço e as séries ficaram para lá de truncadas. Chegou a um ponto que ficava difícil de saber quem estava nos X-Men e quem estava ali só de figuração. As histórias passaram a repetir temas numa sucessão sem grandes atrativos e muitos leitores, eu inclusive, acabaram largando os mutantes em busca de novidades, de um ar fresco que fosse.



Contudo, os X-Men vivem de se reinventar e após amargarem anos poucos inspirados e repletos de eventos medonhos como Atrações Fatais, Massacre e Os Doze, voltaram a brilhar nas mãos de Grant Morrison. A fase dos Novos X-Men não chegou sem polêmicas e dividiu a base dos fãs. Tem os que adoram as mudanças radicais implementadas pelo escocês. Tem os que odiaram. Eu, particularmente, adorei. É uma das minhas fases preferidas dos personagens, embora considere o final um pouco apressado.

O fato é que o Grant Morrison trouxe uma nova visão para o universo dos mutantes. Ao mesmo tempo em que colocava a escola em primeiro plano, o autor expandia os limites do universo mutante com conceitos de ficção científica e da evolução das espécies. Sem contar os novos personagens introduzidos nessa fase, um mais bizarro que o outro: Bico, Angel, as irmãs Cucko, Xorn, Quentin Quire, Pó, entre outros.



Os X-Men de Grant Morrison nos fizeram encarar os mutantes de maneira diferente. Ele mostrou como dava para explorar de maneira original todas as premissas que a série sempre destacou, além de acrescentar suas próprias maluquices, como os guetos mutantes e as polêmicas segundas mutações (não citarei mummudrais para não causar surtos). Claro que uma visão tão intimista de um universo como esse não estava destinada a durar e tudo voltou aos velhos moldes com a saída do escocês do título.



E, no entanto, algumas mudanças ficaram. Como o relacionamento do Ciclope com a Emma Frost e uma atitude mais confiante por parte do líder dos X-Men. O que, por sua vez, levou ao cisma, uma nova divisão entre os mutantes com o Wolverine herdando a posição do professor X como mentor das novas gerações. E isso trouxe a volta de alunos como Quentin Quire e a adição de mais mutantes bizarros (alienígenas inclusos): Kid Gladiador, Broo, Shark-girl, Eye-boy, Genesis, etc.




Atualmente lá fora, os X-Men originais voltaram a dar as caras nas duas principais séries da franquia numa trama que envolve viagens no tempo. Trata-se de uma homenagem aos 50 anos dos personagens e um modo de bagunçar o coreto orquestrado por Brian Michael Bendis. Certamente os X-Men já não são mais os mesmos que conheci em minha infância. Ainda bem. Que o futuro traga muitas outras mutações!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Viva a sexta-feira 13 ou morra tentando!

Sexta-feira 13 é dia de terror! Ivete Sangalo no Rock in Rio que o diga! Então aí vai uma listinha de filmes para deixar o cabelo em pé (ou dar umas boas risadas que o humor negro do gênero também permite, vai). Enjoy! =)

1) Sexta-feira 13 parte VI – Jason Vive!
Lista de filme de terror sem nenhum representante dessa franquia seria uma ofensa. Na minha modesta opinião, esse é o melhor longa-metragem da série. Um imbecil ressuscita Jason por acidente ao profanar o caixão do vilão, que parte para mais uma carnificina de rotina por Crystal Lake. Mortes criativas, alguns sustos e boas risadas garantidas!



2)  A Hora do Pesadelo
Freddy Krueger é um fanfarrão! Mas quem não tinha medo do monstro da Elm Street quando moleque que atire a primeira pedra! Malditas criancinhas e suas canções de ninar sinistras! One, two, Freddy's comin' for you. Three, four, you'd better lock your door. Five, six, grab a crucifix. Seven, eight, you'd better stay up late. Nine, ten, never sleep again.





3) Um lobisomem americano em Londres
Um clássico do gênero. Os efeitos especiais envelheceram um pouco, mas a cena de transformação ainda me faz lembrar o horror que aquilo me provocou nos anos 80. Filme indicado para os saudosistas.



4) O Homem de Palha
Já imaginou um musical erótico de terror? Pois é, foi o que fizeram nesse filme com Christopher Walken (esqueça a refilmagem com Nicolas Cage que aquilo é coisa do diabo!), que tem um dos finais mais surreais e assustadores que já vi.



5) Candyman
Esse filme já vale só pela mitologia que criou. Uma assombração que aparece pra matar quem repete seu nome três vezes em frente do espelho. Não é tão popular quanto Jason ou Freddy Krueger, mas rendeu um primeiro filme muito bom que merece respeito.



6) Madrugada dos mortos
Encaixe aqui a versão de 1978, de Romero, ou o remake de 2004, de Snyder. Os dois viraram clássicos do gênero e apresentam críticas sociais para lá de ácidas, como bem cabe a filmes de mortos-vivos.



7) Um drink no inferno
Os irmãos Gecko mal sabiam o que os aguardava quando pararam naquele bar de beira de estrada para tomar umas biritas. Um filme que começa como uma coisa e termina como outra completamente diferente. Não chega a ser assustador, mas é divertidíssimo. E tem a Selma Hayek seminua dançando com uma píton! O_O



8) A Profecia
Novamente, não dê atenção ao remake. Vá direto no original, de 1976, que deu origem a uma série de filmes sobre a saga de Demian, um molequinho sinistro que é filho do coisa ruim. Só não espere por um final feliz.



9) Uma noite alucinante I, II e III
Não vi o remake, que me disseram ser bom, mas a trilogia original é um clássico absoluto do cinema trash. Tem de tudo, de árvores que abusam de meninas inocentes até uma mão que se vira contra seu dono e precisa ser decepada e substituída por uma serra elétrica. Sem contar todas as maluquices na idade média! Como não gostar?



10) Alien – O oitavo passageiro

Antes de ser um filme de ficção científica, Alien é, sim, um filme de terror. E talvez um dos monstros mais assustadores criados por Hollywood. Que o diga as infinitas continuações e os combates periódicos com o Predador. Nada, no entanto, se compara ao clima de confinamento e horror do primeiro filme. Um clássico!


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Tarantino Disco Club



Everybody be cool this is a robbery!
            Any of you pricks fuckin’ move and I’ll execute every motherfucker last one of you!
            Entra a música Misirlou, de Dick Dale, e a promessa de um filme capaz de explodir cabeças. Pulp Fiction foi o primeiro contato que tive com Quentin Tarantino e até hoje o considero a obra prima do diretor. Não somente pelo roteiro fragmentado ou pelas atuações magistrais dos astros da película, mas pela trilha sonora matadora que casa perfeitamente com as cenas que compõem.
            E todo filme do Tarantino é assim. Roteiros matadores e trilhas sonoras de cair o queixo. Quem não lembra de Stuck in the middle with you, do Stealers Wheel, e imediatamente relembra a cena do policial sendo torturado por Vic Vega? Ou John Travolta e Uma Thurman dançando ao som de You never can tell, de Chuck Barry? Ou ainda o sortudo do Kurt Russel ganhando um lap dance com Down in Mexico, do The Coasters, tocando na jukebox?
            São tantas cenas e músicas que cheguei a sugerir para um amigo DJ uns anos atrás montar uma festa temática só com músicas Tarantinescas. E quem viesse fantasiado como personagem de algum dos filmes do diretor ganharia uma bebida de graça ou qualquer coisa assim. Conversamos um bom bocado sobre o assunto, demos boas risadas, mas a ideia não foi pra frente. Na época, chegamos a conclusão que não havia tantas músicas dançantes no repertório para bancar uma balada inteira.

            Ainda assim, acho válida a ideia do Tarantino Disco Club. Talvez pegando trilhas de outros diretores que seguem a mesma linha – como o Robert Rodriguez, por exemplo – dê para bancar uma festa. Ou pelo menos pode servir de trilha sonora para uma reunião bem animada com os amigos. Fica a dica! 



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Da alegria de voltar a ser criança

Fazia dias que passava na banca e via aquela graphic novel da Turma da Mônica. Só que larguei os quadrinhos tem um tempo. Alguns diriam que amadureci. Eu diria que só um pouquinho. Na verdade, tive que mudar o foco para cuidar dos meus problemas de gente grande, visto que tem apenas dois anos e meio desde que mudei para o Rio de Janeiro e as contas não param.

De todo modo, Turma da Mônica. Tinha décadas que eu não lia nada dos personagens, que me acompanharam por boa parte da minha infância. Se hoje sou um devorador de livros e escrevo sem parar, posso dizer que as crias do Maurício estiveram no início de tudo. Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali são uma das razões porque gosto de ler junto com Pedrinho, Emília, Narizinho, Tia Nastácia, Dona Benta, a Cuca e o Saci.

 Por todos esses motivos demorei a tomar a decisão de adquirir a graphic novel. Era o peso das memórias de infância pedindo para não serem maculadas com uma visão estilizada de tempos mais inocentes. Admito, tive receios. Mas a curiosidade matou o gato e eu estava disposto a seguir pelo mesmo caminho. Simplesmente precisava saber o que havia sido feito com aqueles personagens tão queridos.

 Comprei o gibi. E não importa o nome que queiram dar para a publicação, gibi da Turma da Mônica vai ser sempre gibi da Turma da Mônica. Para minha alegria, foi exatamente isso o que encontrei. Uma história muito bem elaborada e contada de maneira singela, que me fez lembrar de manhãs distantes e sentimentos inocentes. Mais do que isso: encontrei uma obra de arte e uma ode à amizade.

A saga do sumiço do Floquinho é o ponto de partida da história, que faz homenagens a várias passagens da turma da rua do Limoeiro e conta com participações especiais de outros personagens do universo criado pelo Maurício. Tudo muito bem escrito e com desenhos que brilham por si próprios. Os autores foram muito habilidosos ao tratarem os personagens e apresentam respostas divertidas para enigmas antigos, como o motivo de praticamente só o Cebolinha aparecer de sapatos nas revistas antigas.


Já tinha lido os especiais do Astronauta, por Danilo Beyruth, e Chico Bento, por Gustavo Duarte, ambos extraordinários. O meu favorito continua sendo Pavor Espaciar, mas fico feliz de ver a Turma da Mônica tão bem retratada por Vitor e Lu Cafaggi. Ao final da leitura, fiquei imaginando que belo filme esse roteiro daria. Parabéns aos autores pela sensibilidade e expressividade!